Então, eu senti o ar mais puro que meus pulmões jamais haviam experimentado.
Quando você saiu pela porta, deixando para trás as minhas lágrimas, meus medos e anseios, minhas dúvidas e a minha última decisão do fim, libertou em mim o maior sentimento de paz.
Paz, eu sentia depois de tantos anos, paz.
Cheguei à conclusão de que não era de amor que nossa relação era mantida, e sim, de possessão mútua. Eu acreditava que te tinha e tu idem e, no entanto, eu vivia por querer te prender e tu vivias por achar que me prendia, mas por onde andava meu pensamento?
Minha maior lembrança é do teu rosto, incrédulo por não entender porque eu te deixava, mas a resposta estava escrita em cada atitude que tínhamos:
O que mais doeu em mim, foi perder a tua presença. O lado esquerdo ficou vazio, joguei tudo que era teu fora, tudo que me lembrava você, como se fosse arrancar assim da minha vida o fato de que tu participarás dela, faltava tua mão na minha enquanto caminhava pela calçada, faltava tuas brigas constantes e acima de tudo faltava o meu medo de ter perder, afinal eu mesma havia feito esta escolha.
O que mais doeu em ti? Não sei...na verdade, nem mesmo sei se doeu. Mas, talvez tenha doído acontecer o que tu nunca imaginarás, eu ter terminado contigo.
Lembro ainda da sensação fresca do primeiro dia em que não fazíamos oficialmente um par. Minha respiração era livre, silenciosa, calma e pura, como há muito tempo não se fazia. A sensação de liberdade era até irritante, mas me deixava feliz.
Tomei então a decisão, nunca mais possessão mútua, é terrivelmente triste viver assim.
B'ela / março de 2010
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